E poderia fazer muitas, mas muitas coisas mais. Mas é chanfrada da tola, julga que pode fazer sempre o que lhe dá na gana. Vai, volta, arranja, parte. Tu pensas que eu a despedi? Não, um dia, como se nada fosse, deixou de ir trabalhar. Assim, desapareceu simplesmente. E se voltas a deitar-lhe a mão, escapule-se outra vez, é uma enguia. O problema dela está nisto: apesar de ser muito inteligente, não é capaz de compreender aquilo que pode fazer e aquilo que não pode.

—Elena Ferrante, História de Quem Vai e de Quem Fica