Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Artigos etiquetados “record store day

Record Store Day no Black Friday

Publicado em 27/11/2021

Comprei 17 discos, uma caixa do Nick Cave & The Bad Seeds com mais sete (B-Sides and Rarities) e ainda cinco CDs — prefiro vinil de longe, mas em bom rigor sou agnóstico a esse respeito. Não ter ainda leitor de CD à altura do gira-discos (Technics SL-1000R) é uma severa desvantagem, mas o preço, francamente, a 4,00€ cada um, estamos em muitos casos a falar de 10 CDs pelo preço de um vinil, é escandaloso.
E as fábricas de vinil pura e simplesmente não conseguem dar conta da procura. O Record Store Day desta Sexta-feira foi em grande parte um fiasco porque vários discos não chegaram a tempo. A caixa que comprei na Vinyl Me Please estava prevista para este mês, mas agora diz no site Fevereiro de 2022. Como ainda vai para a Holanda para casa de um amigo, só a tenho sei lá quando — está paga há meses.
O Record Store Day é um dia que começo francamente a desprezar. Dizem que é baseado no Free Comic Book Day, que como o nome indica é um dia em que há comics oferecidos nas livrarias especializadas, para cativar os que ainda não são leitores. No caso dos discos é um dia para vender discos mais caros aos mesmos de sempre. No fim, o que me interessa é saber se há títulos que valham a pena e habitualmente há alguns — hoje apenas consegui o Leonard Cohen — Songs of Love and Hate em vinil branco e a um preço decente, ficou por 18,40€ depois de um desconto.
Os da Blue Note Classic Series ouço dizer que estão ao nível dos Tone Poets menos a capa gatefold, se assim for estou expectante. Do Neil Young espero som ao nível de referência para discos gravados ao vivo, é um artista que desde sempre se preocupou com a qualidade de gravação e reprodução. O John Coltrane também me consta que está extraordinário. De resto, na minha opinião, há aqui uma série de discos bem interessantes, que deverão proporcionar muitas horas de melomania (no bom sentido!).
O Black Friday é um dia (ou deverei dizer mês) que mais do que desprezar, abomino completamente. É uma vergonha sem explicação que só podia vir de um país em profundo declínio. Cá temos os chico-espertos como a Fnac com os seus “descontos até 60%”, sendo o “até” a palavra-chave. Concorrência leal e ética não é, mas nem percebo como é legal estas contínuas habilidades. O povo gosta deste progresso da nossa terra, vi filas à porta das entradas dos centros comerciais.
Dito isto, passei na Tubitek e aproveitei o desconto extra que me ofereceram e realmente comprei um monte de discos. Já ouvi Yann Tiersen (muito interessante este disco) e agora estou a ouvir Grizzly Bear — Shields, que por 4,00€ (o preço normal, uns meros 5,00€) são um achado.

  • Art Blakey & the Jazz Messengers — The Big Beat
  • BadBadNotGood — Talk Memory
  • Bobbi Humphrey — Fancy Dancer
  • Bombino — Azel
  • Bombino — Deran
  • Bombino — Live In Amsterdam
  • Bon Iver — Blood Bank
  • Donald Byrd — Places and Spaces
  • Grizzly Bear — Shields CD
  • High Pulp — Mutual Attraction Vol. 1
  • Horace Silver — 6 Pieces of Silver
  • John Coltrane — A Love Supreme Live In Seattle
  • Khruangbin — Mordechai Remixes
  • LCD Soundsystem — 45:33 Remixes CD
  • Leonard Cohen — Songs of Love and Hate
  • Lhasa de Sela — Live In Reykjavik CD
  • M83 — Digital Shades Vol. 1 CD
  • Neil Young — Carnegie Hall 1970
  • Nick Cave & The Bad Seeds — B Sides and Rarities
  • Radiohead — Kid A Mnesia
  • Ryo Fukui — My Favorite Tune
  • Still Corners — The Last Exit
  • Yann Tiersen — Dust Lane CD

E acrescento outras aquisições de Novembro…

  • Aphex Twin — Selected Ambient Works 85-92
  • Erykah Badu — Baduizm
  • Mdou Moctar — Afrique Victime
  • Tinariwen — Tassili CD
  • Toumani Diabaté and London Symphony Orchestra — Korolén
  • Trio Da Kali & Kronos Quartet — Ladilikan

PS: O Neil Young — Carnegie Hall 1970 é incrível, comecei a ouvir sem o limpar e é simplesmente fantasmagórico. Recuei no tempo, estou no concerto.