Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

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Esprit Audio — Beta

Publicado em 17/05/2021

Mais uma experiência com cabos que acabou com algo em que eventualmente acreditava. No caso, a minha ideia de ter todos os equipamentos ligados com Tellurium Q. Antes de juntar a fonte de alimentação suplementar T+A PS 3000 HV ao meu amplificador T+A A 3000 HV, tinha este último ligado ao prévio T+A P 3000 HV através de cabos XLR Chord Reference de um metro — comprimento que deixou de ser suficiente. Ficaram aqui emprestados uns Audioquest de baixa gama também XLR.
Entretanto, tinha a ideia de comprar Tellurium Q Black Diamond para praticamente tudo, mas especialmente nestas coisas e principalmente quando se começam a tornar muito dispendiosas, o melhor é ouvir no nosso sistema existindo essa possibilidade. Entretanto, surgiram uns outros cabos de uma marca desconhecida para mim, a Esprit Audio, de França (Ultimate Audio). Havia disponível um conjunto RCA da gama baixa Beta e liguei-os. Nos primeiros acordes, os Audioquest foram imediatamente arrumados para devolver, nem vale a pena voltar a falar do assunto.
Também estavam disponíveis uns Tellurium Q da gama equivalente à Beta — a Ultra Black II. E resolvi experimentar. Como é fastidioso ligar e desligar cabos constantemente, ouvi uma hora com Beta e depois outra com Ultra Black II, e a primeira impressão foi que são completamente diferentes. Os Ultra Black II mais retraídos, mas também menos brilhantes e sibilantes, nada de necessariamente negativo, uma questão de gosto e pareceu-me gostar mais dos Esprit Beta. O choque foi quando os liguei novamente e voltei a ouvir a mesma música que tinha acabado de ouvir com os Tellurium Q… foi o exacto efeito de retirar um pano de cima das colunas e tenho também a referir, não muito fino. E é apenas uma interligação, entre amplificador e pré-amplificador, nem imagino o que será trocar os cabos todos de uma vez! Mas imaginava — antes —, que não devia haver tanta discrepância.
Em termos de construção (inspecção visual), a Esprit também tem muito melhor aspecto, são mais pesados e parecem de facto melhor construídos e fabricados com melhor material.
Vai estar disponível um conjunto XLR Esprit Eterna em breve e espero maravilhas. Agora os meus cabos preferidos são os Esprit e até estou a pensar em desistir dos de corrente da Oyaide.
Já está tudo perigosamente para lá do que gostaria de gastar em cabos, mas começo a achar que se ouço, tenho de pagar. A minha esperança é sempre não ouvir diferença nenhuma, está difícil.

Oyaide Tunami GPX-Re

Publicado em 07/03/2021

Na alta fidelidade… vou dizer high end, nada me intriga mais que os cabos de corrente. Não consigo entender como a partir do momento que as necessidades de potência são satisfeitas, pode fazer a mínima diferença aquele último metro e meio — há quem diga que é o primeiro, do ponto de vista do componente —, depois de quilómetros de cabos para fazer chegar a electricidade a nossa casa, ou centenas de metros de fio de cobre nas nossas próprias instalações eléctricas. E não vejo explicações em parte nenhuma. A juntar a isso, há a utilização de power plants ou as fontes de alimentação super-elaboradas dos equipamentos propriamente ditos, que teoricamente deveriam tratar de qualquer problema com a corrente. Mas não, parece que o cabo é super-importante e eu próprio já ouvi diferenças de assinatura sonora que não entendo.

Liguei o cabo Oyaide Tunami GPX-Re à fonte de alimentação da parte analógica do meu pré-amplificador T+A P 3000 HV (sim, utiliza dois cabos) e a única coisa que posso comentar é que pior não toca do que com um cabo T+A com fichas Oyaide P-037e/C-037. (Convém também salientar que a corrente não vem da parede mas sim de um Torus Power RM 16 CE.) Mas toca melhor? Francamente, não noto. Os discos que utilizei foram os seguintes (desisti cedo do Jackie McLean e ouvi só os três restantes):

  • Cassandra Wilson, Glamoured, Blue Note ‎B0029414-01
  • Jackie McLean, It’s Time!, Blue Note ‎B0031655-01
  • Trentemøller, The Last Resort, Poker Flat Recordings ‎PFRLP18
  • Dead Can Dance, Spiritchaser, Mobile Fidelity Sound Lab ‎MOFI 2-002

Lembrei-me de ligar o cabo ao pré-amplificador phono (Clearaudio Balance +), desta vez a substituir um cabo preto vulgar de origem. Aqui sim, há diferenças audíveis, ao nível daquelas melhorias incrementais que podem no fim constituir um grande sistema, dentro da filosofia de tudo conta. Por fim, resolvi voltar a ligar o Tunami GPX-Re ao T+A e ligar o cabo T+A/Oyaide ao Clearaudio e foi a melhor combinação. Principalmente a Cassandra Wilson, mais presença e solidez, mas definição e mais detalhe. O palco acompanhou as mudanças mantendo-se sempre inalterado, não é uma coisa má porque já é um palco de alto nível, mas o facto é que este cabo não o melhora.
O problema destes testes é que eu tenho fraca disciplina. Facilmente me maravilho com o que estou a ouvir e ando por todo lado — e agora este disco, agora aquele disco e lá se vai o teste. E foi o que aconteceu.

Passado um dia ou dois…

Comprei um cabo Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e (podia ser o cabo do título, mas este conjunto fica por melhor preço e já estava a gostar das fichas da gama abaixo P-037e/C-037) e trouxe emprestado um Tellurium Q Silver (como habitualmente Ultimate Audio) que utiliza fichas Furutech.
Ligado o primeiro ao pré-amplificador, algo melhora e seguidamente o Tellurium Q Silver não apresenta diferenças significativas. A mesma ordem no pré-amplificador phono, gostei do Oyaide, do Tellurium Q Silver nem por isso. A música perdeu força no disco Spiritchaser, o que para não variar me espantou. Primeiro porque será cabo para custar o triplo, segundo, porque não entendo estas diferenças numa secção do sistema onde nem sequer existe som a passar. Depois de trocar várias vezes, não tive dúvidas, a música retrai-se, de tal forma que fui buscar o meu multímetro (toda a gente tem um!) para verificar se a voltagem correcta estava a passar. Estava. Não percebo.
Para não variar indisciplinei-me e para a confusão, noutros discos as diferenças não são assim. Tocam igual ou com algum refinamento maior relativamente ao Oyaide. De uma forma ou de outra, de forma nenhuma a justificar a diferença de preço.
Por fim, descobri que estes cabos apesar de substanciais encaixam no gira-discos Technics SL-1200GR e experimentei o Oyaide Tunami GPX-Re, não registo diferenças relativamente ao cabo de origem. Mesmo assim devo ligar um cabo Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e para ficar tudo igual e seguindo a filosofia que mencionei anteriormente: Tudo conta.

Conclusão…

O cabo T+A com fichas Oyaide P-037e/C-037 já está num nível muito apreciável para mim. O Oyaide Tunami com fichas C-079/P-079e ainda melhora bastante principalmente ligado ao pré-amplificador phono Clearaudio. O Tellurium Q Silver, meh. Lendo as críticas (Hi-Fi+), é uma coisa de mudar a vida de uma pessoa, mas a minha não mudou, foi uma desilusão — e estou a planear as interligações todas com cabos Tellurium Q, terei de ouvir antes — “a ver” se não me engano muito. Eu sei que tenho um bom sistema neste momento, muito bom dirão alguns, com fortes possibilidades de se tornar excelente em breve. Já aprendi há muitos anos que o óptimo é inimigo disso tudo. Para cabos de corrente, parece-me que estou servido.

Tellurium Q Ultra Black II

Publicado em 01/08/2020

A festa ia ser uma e acabou por ser outra. De afinações finais no gira-discos e pré-amplificador de phono de um amigo, acabou por ser teste de cabos. E sou um céptico dos cabos e da quantidade absurda de dinheiro que alguns custam.
Os pré-existentes eram uns Kimber 8TC com 20 anos. Substituídos pelos Tellurium Q Black II de metade do preço, a diferença tem contornos de escândalo. Só ouvido, mas é como se fosse outra aparelhagem.

Ligados os Tellurium Q Ultra Black II a custar o dobro dos Kimber (ou seja o quádruplo dos Black II) e o som deu outro salto inacreditável. Mais presença, mais palco, mais definição, mais recorte, mais extensão de agudos e menos sibilância, mais controlo de graves. É outra aparelhagem e relativamente aos Kimber, nem vale a pena dizer nada porque seria desgraçar uma marca prestigiada e há a desculpa de serem cabos com 20 anos — não por essa razão, mas porque os 8TC de hoje serão diferentes. Moral da história: no áudio, só ouvindo se podem tomar boas decisões relativamente ao equipamento e acessórios. Há muito de subjectivo, cada um ouve com os seus ouvidos, mas o que se passou com os Tellurium Q, não tem nada de subjectivo.
Vou testar os Tellurium Q Black II em substituição de uns Kimber Monocle XL, talvez dez vezes mais caros. Espero não ter mais uma desilusão para a vida inteira. PS: Não tive, o som dos Kimber nem se pode comparar, aplica-se tudo o que disse acima para os Tellurium Q Ultra Black II.

Dr. Feickert Volare

Dr. Feickert Volare.