We are constantly processing ambiguous information, and then our brain narrows it down a variety of responses to one. We’re often wrong about other people because we incorrectly project meaning on to them. From our brain point of view, fellow human beings are nothing more than sources of highly complex, meaningless sensory information. And yet they are “objects” we have the greatest interest in, passion for, and engagement with. But they continually befuddle us.

—Beau Lotto, Deviate, Weidenfeld & Nicolson, 2018

Nota para o próprio: Este livro anda em volta da tese que que diz que nada tem significado em si próprio, até o que vemos é 90% formado no cérebro e apenas 10% entra pelos olhos dentro. Não é uma perspectiva muito animadora e acredito que seja um assunto que tem sido estudado até à exaustão. Que conheço pessoas que atribuem um significado — e intencionalidade — a virtualmente tudo o que os outros dizem ou fazem e que desse modo erram permanentemente, é um facto.
Entre pessoas mais normais, parece-me que antes de projectarmos (o nosso) significado, o interlocutor disse ou fez algo que em si próprio tem uma razão e um significado, projectado pelo próprio. Que seja difícil perceber à partida qual, admito que sim obviamente — bastaria lembrar-me da arte e das discussões estéreis como são praticamente todas sobre arte, em que doutos projectos de artista e curadores, atribuem a mais variada casta de intenções ao verdadeiro artista, que na primeira oportunidade dirá que não, não teve nenhuma — mas daí a dizer que em si próprio nada tem significado nenhum além do que nós lhe atribuímos, é esticar demasiado um conceito que em boa verdade, não estou a perceber.