Quando analisamos a persona, tiramos a máscara e descobrimos que o que parecia ser individual é, no fundo, colectivo; por outras palavras, que a persona era tão só uma máscara da psique colectiva. Fundamentalmente a persona não é nada real: é um meio-termo entre o indivíduo e a sociedade quanto ao que um Homem deve parecer ser. Ele assume um nome, recebe um título, exerce uma função, é isto ou aquilo. De uma certa forma, tudo isto é real, mas, em relação à individualidade essencial da pessoa em causa, é apenas uma realidade secundária, uma formação de compromisso, para cuja formação os outros muitas vezes têm maior contribuição do que ele. A persona é uma aparência, uma realidade bidimensional, para lhe dar apodo.

—Jordan Peterson citando Carl Jung, Mapas do Sentido, Lua de Papel 2019 (1999)