Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Saúde

Publicado em 19/04/2025

De certo modo, a visão que o Partido fomentava do mundo e das coisas impunha-se com maior êxito às pessoas incapazes de a compreender. Podia-se levá-las a aceitar as mais flagrantes violações da realidade, porque nunca viam claramente a enormidade do que se lhes pedia, nem se interessavam suficientemente pela vida pública para se aperceberem do que estava a acontecer. Graças à falta de entendimento, conservavam saúde de espírito. Engoliam tudo e mais alguma coisa, e o que engoliam não lhes fazia mal, pois não eixava atrás de si e menor resíduo, como grãos de milho, sem serem digeridos, entram e saem pelo corpo de um pássaro.

—George Orwell, 1984, Público 2002 (1949)

Things that aren’t doing the thing

Publicado em 18/04/2025

  • Preparing to do the thing isn’t doing the thing.
  • Scheduling time to do the thing isn’t doing the thing.
  • Making a to-do list for the thing isn’t doing the thing.
  • Telling people you’re going to do the thing isn’t doing the thing.
  • Messaging friends who may or may not be doing the thing isn’t doing the thing.
  • Writing a banger tweet about how you’re going to do the thing isn’t doing the thing.
  • Hating on yourself for not doing the thing isn’t doing the thing. Hating on other people who have done the thing isn’t doing the thing. Hating on the obstacles in the way of doing the thing isn’t doing the thing.
  • Reading about how to do the thing isn’t doing the thing. Reading about how other people did the thing isn’t doing the thing. Reading this essay isn’t doing the thing.
  • Watch Youtube videos about how to do the thing isn’t doing the thing.

Strangest Loop (Levemente modificado.)

Jazz Dispensary: Night Lights
A tocar, Jazz Dispensary: Night Lights.

Record Store Day

Publicado em 18/04/2025

Este ano, nem dei por este dia e se é para gastar dinheiro, ao menos que seja com a consciência que é mais uma farsa comercial vinda dos Estados Unidos. O RSD inspirou-se no Free Comic Book Day criado em 2002, um dia em que de facto as livrarias dão comics e preparam uma série de eventos para tentar criar mais leitores. Em 2007, o Record Store Day terá começado cheio das boas intenções de um grupo de lojas de discos, mas rapidamente degenerou na farsa que é hoje.
Em vez de discos grátis, ou pelo menos mais baratos, temos discos caríssimos — que afastariam qualquer pessoa que se quisesse iniciar na audição de vinil. É mais do mesmo, com discos vulgares, em edição limitada, criando escassez falsa tão ao gosto dos especuladores. Mais que uma festa da música é uma festa da cor, com vinis com cores para todos os gostos — o que a esmagadora maioria das vezes é o único factor diferenciador de uma edição. Em vez de editoras independentes, temos as grandes editoras a enxamear as prateleiras. Vários dos “exclusivos”, passado menos de um ano já estão disponíveis em “edição normal” (lembro-me de um, Room 29 de Chilly Gonzales e Jarvis Cocker, em boa verdade, em edição melhor).
Este ano, posteriormente, comprei cinco discos e não tenho que dizer das edições, mas excepto o Jazz Dispensary, todos poderiam sair em qualquer altura. Mas até a Blue Note faz um disco colorido:

  • Vários — Blue Note: Alts’n Outs (muito bom)
  • Vários — Jazz Dispensary: Night Lights (sou colecionador desta série porque acho que vale a pena e os discos são super bonitos, este é particularmente bonito.
  • Air — Moon Safari Live & Demos (também muito bom)
  • Liam Gallagher — Acoustic Sessions
  • The Alan Parsons Project — I Robot “Work In Progress” (interessante)
  • Vince Guaraldi Trio — Jazz Impressions Of A Boy Named Charlie Brown (Alternate Takes)
  • The Doors Strange Days 1967 – A Work In Progress (esta caixa The Doors foi a melhor coisa que comprei no RSD)

O que dirá o Oráculo (ChatGPT)?

Many people in the music community share that exact critique of Record Store Day. Unlike Free Comic Book Day, which aims to attract new readers by giving away content, RSD often feels like it’s aimed at collectors already in the know, with:
Overpriced “limited” releases
Artificial scarcity (pressing 500 copies worldwide)
Flippers reselling at insane markups
Major labels crowding out indie labels
So yes, instead of nurturing a new audience, it frequently exploits existing collectors — and many independent stores have grown critical or even stopped participating.

Pois, eu também acho.