Devemos reler várias vezes os livros da nossa vida, porque apesar de os livros continuarem na mesma, nós não.
Devemos reler várias vezes os livros da nossa vida, porque apesar de os livros continuarem na mesma, nós não.
É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo “eu” entre nós e nós?
—Manuel António Pina, Como se desenha uma casa, 2011
— Vem a minha casa, tenho livros formidáveis.
Le Genou de Claire (1970) de Éric Rohmer.