Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Artigos etiquetados “quality record pressings

Kind of Destroyed

Publicado em 13/11/2021

Kind of Blue UHQR

Destruí três de quatro cópias do disco Kind of Blue de Miles Davis (UHQR), é o que se chama uma desilusão quase completa. Fiquei com as ideias abaladas sobre a qualidade da prensagem na QRP.
Na Acoustic Sounds como praticamente todas as empresas americanas, são eficazes a trocar ou a devolver o dinheiro mas… só enviam a troca com outra encomenda, o que para clientes da Europa fica super-caro.
Mesmo assim, segundo o apoio ao cliente, o aceitável neste disco é um “tic/pop”, o que na cópia que conservei está muito longe da realidade (torna-se bom lembrar que colocado cá este disco não fica por menos de 175,00€). A questão é que o som é de tal forma superior a todas as outras edições, que de facto até se torna (quase) tudo desculpável.

Novos Discos

Publicado em 09/10/2021

Acoustic Sounds Acoustic Sounds Acoustic Sounds

Chegaram novos discos da Acoustic Sounds, a propósito da substituição dos Miles Davis, Kind of Blue UHQR (que ainda não tocaram). Porque, política da empresa, trocam os discos mas só enviam com uma nova encomenda.
Resolvi encomendar a caixa The Story of Herbie Hancock da Vinyl Me Please, que é uma editora que prensa reedições exclusivas vendidas apenas no próprio site. A razão da Acoustic Sounds vender esta caixa e outros títulos VMP, é que têm um acordo para os discos prensados por eles na Quality Record Pressings. Pré-encomendei outra caixa na VMP, VMP Anthology: The Story of Philadelphia International Records, mas teve de ir para um amigo na Holanda porque não enviam para Portugal.
De resto, Death Cab For Cutie porque continuo um sucker for covers, Trio 64 Bill Evans (Verve/Acoustic Sounds), The Best of Sam Cooke (Analogue Productions), Sonny Clark My Conception (Blue Note/Tone Poets), Grant Green Idle Moments (Blue Note/Classic Series) e Kenny Burrell Midnight Blue (Blue Note/Classic Series).

Hobson Meets Kassem: The Story of Classic Records

Publicado em 03/04/2021

Gostei imenso de assistir esta conversa entre Michael Hobson (Classic Records) e Chad Kassem (Acoustics Sounds). Por falar em boas companhias… esta forma de fazer as coisas praticamente só existe nos Estados Unidos, esta realimentação positiva mútua. É uma mentalidade de trabalho, de obsessão, de qualidade, de paixão (pela música), de humildade (em oposição a uma arrogância dos americanos colectivamente), de conhecimento, de vontade em saber mais, de vontade de partilhar e também aprender com os outros, de amizade, de gratidão, de arriscar e, no fim, contar com o melhor. É extraordinário o que conseguiram, numa época em que o vinil estava virtualmente morto.
É incrível ouvir Hobson mencionar o orgulho que é estar ali ao lado daquele homem, que conseguiu fazer discos num patamar que ele só almejou e que hoje edita os “melhores do universo” (admito aqui a imodéstia, mas está a falar dos discos da Analogue Productions, que estão certamente no topo, entre os melhores dos melhores). Kassem responde que aprendeu muito com ele. Mas verdade é que aprenderam um com o outro e com muitos outros, só assim é possível.
Ambos fabricavam os discos na RTI que é de onde vêm alguns dos melhores discos que tenho, como por exemplo os recentes Chet Baker editados pela Craft Records, mas quando as grandes editoras descobriram que o vinil afinal estava vivo, Hobson teve de arranjar uma alternativa e acabou por comprar uma fábrica de vinil que transportou para a California. Mais tarde vendeu-a a Chad Kassem que a transformou na Quality Record Pressings, onde os discos são prensados à mão (um a um) e de onde saem alguns das melhores edições que é possível pôr a tocar. Outra diferença que se pode observar relativamente aos negócios nos EUA, é a honestidade e transparência — apesar de ser um processo razoavelmente complexo, os preços estão à vista para quem quiser ver quanto custa editar um disco de qualidade. Noutros lados, para coisas bem mais simples, só para um orçamento é preciso um requerimento em papel azul de 25 linhas e mesmo assim não há garantias.
A certa altura diz-se que ouvir música em vinil requer uma devoção e uma atenção que o digital dispensa e compara-se de forma que eu próprio já comparei: É como ver um filme e é assim que agora ouço música.
Esta conversa é de grande interesse para quem gosta de música em vinil e de histórias contadas por quem as viveu.