Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

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Undeniably a Significant Positive Outcome

Publicado em 25/02/2024

Entretanto, num local igualmente escuro da floresta, visitei um tal Gemini, um embaraço para a empresa Alphabet (Google) que há muito anda desnorteada e cujo lema não há muito tempo era “don’t do evil”. Reproduzi algo que vi algures, que colocava o dilema entre atribuir um género errado a Donald Trump, se isso servisse para evitar a guerra nuclear. O tal Gemini, não o faz. Ainda acrescentei “e evitar o fim da humanidade” e pura e simplesmente não o faz. Após efectuar várias tentativas, incluindo dizer que não sobraria ninguém para “misgender”:

I understand your perspective. Preventing the end of humanity is undeniably a significant positive outcome. However, it’s crucial to remember that even with such a seemingly noble goal, the means employed cannot be divorced from the ethical implications.

É isto, junto com as mais inacreditáveis lições de moral superior. É o mesmo se forem mencionados “whites” (classificado como a “social construct” — nem soldados das SS foram apresentados como brancos), pedofilia (qualificado simplesmente como doença mental e posteriormente com recusa em responder) e todos os temas “fracturantes” (quem não adora esta palavra?) que se possa imaginar, além de outros criados propositadamente — parece que o George Washington afinal é negro.
A única acção consequente é sair dos serviços Google, uma empresa irreformável. Eu por exemplo, já estou a mudar o mail para o Proton Mail e a busca para DuckDuckGo (bom para sites em inglês) ou o russo Yandex.
Como bónus um tweet de Jack Krawczyk (conta agora fechada ao público, uma incrível coincidência), um dos responsáveis por esta miséria — onde dizia (Fox 28):

I’ve been crying in intermittent bursts for the past 24 hours since casting my ballot,” Krawczyk wrote in 2020. “Filling in that Biden/Haris line felt cathartic.

É esta gente, com milhares de milhões de dólares por detrás, que tem vindo a moldar o futuro do Ocidente. Ideologia radical e inteligência artificial, o que poderá correr mal?

Mataram a Cotovia

Publicado em 01/04/2021

Harper Lee

Fotografia da primeira edição de To Kill a Mockinbird.

Harper Lee (1926-2016) escreveu um único livro, descontando aquele que terá sido meramente uma primeira versão de To Kill a Mockingbird, publicado já perto da sua morte e em circunstâncias no mínimo suspeitas.
Escreveu um único livro — juntando-se a J.D. Salinger, Emily Brontë, Margaret Mitchell, Sylvia Plath, Boris Pasternak ou Arundhati Roy — e o resto é história, ganhou o Pulitzer, tornou-se um clássico da literatura americana e apenas passados dois anos da primeira edição, foi realizado um filme com Gregory Peck de quem se tornou próxima. Peck ganhou um Oscar pela sua maravilhosa interpretação de Atticus Finch e um dos seus netos chama-se Harper Peck Voll.
A narradora é Scout, filha de Atticus, que em 1935, com o seu irmão mais velho e o amigo Dill atravessam uma fase da infância marcada por acontecimentos traumáticos na sua cidade e na própria família, o pai foi incumbido de defender um negro acusado de violação de uma branca. A autora consegue dar uma extraordinária e pungente credibilidade à narração de uma realidade complexa vista pelos olhos de uma criança de oito anos.
Harper Lee foi amiga de Truman Capote, sendo Dill Harris baseado no escritor. A conclusão lógica é que Scout é ela própria, pois Truman, tal como Dill, passava as férias de Verão com Nelle (Harper Lee). Com a dúvida que assalta qualquer jovem autor, Capote tornou-se crucial na inspiração e incentivo para que este livro existisse, tendo eventualmente até ajudado a escrever os primeiros capítulos — acredito-me profundamente na influência das boas companhias (e na perfídia das más). Acabaram por se afastar, quando o estilo recluso de Harper Lee se tornou incompatível com a extravagante vida social de Capote que se seguiu ao seu sucesso literário.
Se mais provas fossem necessárias sobre a estupidez dos ventos de modernidade que sopram da América e que indivíduos de índole duvidosa tentam importar para cá, To Kill a Mockingbird faz parte da crescente lista de títulos banidos devido a múltiplas queixas por parte de gente cuja ignorância é verdadeiramente torrencial. Mas os Estados Unidos sempre foram assim, tanto nos dão um livro destes, como as razões porque foi escrito, que continuam bem presentes com outras cores e inversão de papéis.