Chegou esta peça numa espécie de caixinha de joalharia, destinada ao gira-discos Technics SL-1000R (que apesar do preço, não inclui shell), mas já que aqui está, instalei-a no Technics SL-1200GR e que diferença assombrosa.
Esta shell DS Audio HS-001 é maquinada a partir de um bloco de duralumin e tem um acabamento verdadeiramente de luxo. Como sempre acontece nestas coisas, antes, a shell original do gira-discos parecia boa e adequada à função, depois… é uma coisita de plástico surpreendentemente fraca.
A música num gira-discos começa obviamente no disco e através da agulha segue um percurso sinuoso pelo braço até ao pré-amplificador phono, daí para o pré-amplificador, para o amplificador, para as colunas e finalmente para os nossos ouvidos. Passamos de uma corrente fraquíssima modulada em forma de música que nasce na célula para algo que se consiga ouvir através deste sistema que chocalha constantemente — é um conjunto dinâmico e caótico de jiggling things, como dizia Richard Feynman. Controlar esse constante chocalhar é mais fácil de dizer do que fazer, mas é em última análise um dos grandes objectivos de um bom gira-discos.
E assim, acho que se percebem duas coisas que notei imediatamente: A primeira uma precisão sonora que corresponde metaforicamente à precisão da HS-001, incrível. A segunda foi mais difícil, primeiro comecei a achar os discos mais silenciosos ao que se juntava um destaque mais acentuado de todos os micro-sons e efeitos. E essa sensação crescia com cada nova música… e lembrei-me das descrições que já li inúmeras vezes: O palco ficou completamente negro. O som passou a surgir de um fundo negro e sem perturbações, tudo parece mais nítido e profundo.
Portanto, aconteceu mais uma vez. A DS Audio HS-001 e os cabos XLR Esprit Eterna, transformaram algo que eu já considerava bom em algo bem melhor. Ainda há poucos dias eu não sentia falta destes melhoramentos, mas depois de ouvir, é impossível voltar atrás.