É desagradável que, quando temos razão, sejamos forçados a parecer que estamos errados.
—Aldous Huxley, Contos Reunidos, Jovem Arquimedes, Antígona 2014 (1957)
É desagradável que, quando temos razão, sejamos forçados a parecer que estamos errados.
—Aldous Huxley, Contos Reunidos, Jovem Arquimedes, Antígona 2014 (1957)
Ainda assim, reflectia naquelas ocasiões secretas em que tinha de admitir para si próprio que havia algo de errado com a sua paixão, o amor sem posse jamais poderia, decerto, na natureza das coisas, ser o artigo genuíno. No seu diário registou adequadamente aquelas duas quadras de John Donne:
Assim as almas dos amantes devem
Descer às afeições e às faculdades
Que os sentidos atingem e percebem,
Senão um Príncipe jaz aprisionado
Aos corpos, finalmente, retornemos,
Descortinando o amor a toda a gente;
Os mistérios do amor, a alma os sente,
Porém o corpo é as páginas que lemos.
—Aldous Huxley, Contos Reunidos, Hubbert e Minnie, Antígona 2014 (1957)
After all things occurred to me,
the void occurred to me.
There is a limit
to the pleasure I had in form—
I am not like you in this,
I have no release in another body,
I have no need
of shelter outside myself—
My poor inspired
creation, you are
distractions, finally,
mere curtailment; you are
too little like me in the end
to please me.
And so adamant—
you want to be paid off
for your disappearance,
all paid in some part of the earth,
some souvenir, as you were once
rewarded for labor,
the scribe being paid
in silver, the shepherd in barley
although it is not earth
that is lasting, not
these small chips of matter—
If you would open your eyes
you would see me, you would see
the emptiness of heaven
mirrored on earth, the fields
vacant again, lifeless, covered with snow—
then white light
no longer disguised as matter.
—Louise Glück, A Íris Selvagem, Relógio D´Água, 2020 (obrigado C.)
A coisa mais sábia, talvez, é tomar como certa a «fatigante condição da humanidade, nascida sob uma lei, a outra sujeita», e deixar por aí a questão, sem realizar qualquer tentativa de reconciliar o inconciliável. Oh, a absurda dificuldade de tudo isto!
—Aldous Huxley, Contos Reunidos, A Livraria, Antígona 2014 (1957)
— Deixa-me que te dê um conselho muitíssimo são. Nunca tentes partilhar com mais ninguém as tuas alegrias. As pessoas sentirão empatia pela dor, mas não pelo prazer.
—Aldous Huxley, Contos Reunidos, Felizes para Sempre, Antígona 2014 (1957)