Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Artigos etiquetados “david e. kelley

TV em Dezembro

Publicado em 31/12/2023

Unbelievable (2019)


Pareceu-me inacreditável que no fim, o polícia que, induzido pela mãe de acolhimento de Marie, cometeu um erro indesculpável, tenha sido grelhado sozinho pela própria vítima, embora tenha também sido uma demonstração em termos do seu próprio carácter não ter arranjado desculpas ou acusado terceiros. Mas essa mãe de acolhimento (a outra menos e num sentido mais positivo), que tanto protagonismo teve de início, desvanece-se pura e simplesmente nos últimos episódios. Criado por Susannah Grant, Michael Chabon, Ayelet Waldman.
☆ ☆ ☆ ☆

Love & Death (2023)


Outra mini-série baseada em “eventos reais” e não é má, apesar de se esforçar demasiado na banda sonora que nunca me pareceu realmente integrada no espírito das imagens. Criado por David E. Kelley.
☆ ☆ ☆ ☆

The Little Drummer Girl (2018)


Baseada no livro de John Le Carré. Realizado por Park Chan-wook.
☆ ☆ ☆ ☆

The Staircase (2022)


Criado por Antonio Campos.
☆ ☆ ☆ ☆

TV em Janeiro

Publicado em 30/01/2022

Nine Perfect Strangers (2021)

Esta série é fraca e o nome deve soar bem, porque em abono da verdade nem se entende, dois são um casal e três são os pais com uma filha… Como se não bastasse, a cara da Nicole Kidman está cada vez pior, começa a ser impossível olhar e desfrutar daquela espantosa inexpressividade, parece a versão feminina do Joker dos últimos filmes do Batman. Criado por John-Henry Butterworth e David E. Kelley.

Drive to Survive (primeira temporada, 2019)

Há décadas que não ligo patavina à Fórmula 1, mas o interesse e entusiasmo do filho acabou por me fazer ver esta série, porque me lembrei de mim da idade dele. É em formato documentário a descair para o reality show, com aquelas sucessões de planos irritantes muitas vezes sem relação entre si próprios — por exemplo, num acidente mostra inúmeras reacções muitas das quais sem serem daquele momento específico. Mas é inegável que a Netflix teve acesso aos bastidores de uma forma admirável e também a filmar de ângulos impossíveis tudo o que se passa nos grandes prémios. Acaba por não ser mau.
☆ ☆ ☆ ½

Drive to Survive (segunda temporada, 2020)

☆ ☆ ☆ ½

Drive to Survive (terceira temporada, 2021)

Consta que o Max Verstappen não participou nesta temporada porque considera que cria excesso de drama… Pois é isso, para dizer o mínimo. Por exemplo o acidente de Romain Grosjean dura uns 28 segundos, mas na série são sete minutos ou mais e como se não bastasse temos a mulher dele a dizer que para ela e para os filhos ele esteve morto quase três minutos… o que nem sequer é verdade para quem visse a transmissão em directo. E ele dramaticamente a declarar a saída da Fórmula 1 “por eles”, quando transitou imediatamente para a Fórmula Indy, eventualmente mais perigosa.
☆ ☆ ☆

The North Water (2021)

Uma prova que as coisas têm melhorado muito para a humanidade, embora em bom rigor, nem tanto para as outras criaturas — mas em 1859? Mais vale viver em 2022. Thriller a bordo de um baleeiro que a tecnologia cinematográfica actual consegue tornar extremamente credível. Colin Farrel completamente irreconhecível. A música é de Tim Hecker e há um disco da banda sonora que vale a pena — música electrónica ambiental. Realizado por Andrew Haigh.
☆ ☆ ☆ ☆

Plan Coeur (primeira temporada 2018)

Mais um retrato da vida pós-moderna e nesse aspecto até nem é muito escabrosa em apps, promiscuidade e belezas dessa vida — até se centra na amizade que é um assunto que me é grato. Mas o principal problema é que o francês médio tem um fraco sentido de humor e o humor médio francês é muito fraco. Junta-se um leque de actores mesmo maus. Criado por Chris Lang e Noémie Saglio.
☆ ☆

Plan Coeur (segunda temporada 2019)

Não sei como vi a segunda temporada (apenas seis pequenos episódios é certo), francamente passou de uma para a outra sem eu reparar e a conclusão é que ainda é pior que a primeira. Não tem qualquer piada, os actores continuam maus e a atriz principal é péssima. Criado por Chris Lang e Noémie Saglio.

TV em Dezembro

Publicado em 31/12/2020

The Undoing (2020)

É uma mini-série de apenas seis episódios realizados por Susanne Bier. As séries (e o cinema), com a tecnologia à disposição têm-se cada vez mais distanciado visualmente da realidade, fenómeno que aprecio. Há um tom, uma profundidade de campo, um modo de filmar e enquadrar próprios, uma assinatura de cada série que não existe e como tal não podemos ver no nosso dia a dia (lembro-me por exemplo de Mad Men). Não sei se quando a fotografia e posteriormente o cinema surgiram, a intenção seria captar a realidade o mais fielmente que fosse possível, julgo que essa fase existiu, mas artisticamente foi rapidamente ultrapassada.
Não procuro, mas surge-me naturalmente, no final do terceiro episódio para mim tudo se tornou evidente — mas mesmo assim, foi interessante porque aqui as opiniões surgiram espontaneamente até ao fim (principalmente da minha filha). Depois há outra questão, parece lateral, mas não é. Eu não me consigo abstrair da cara esticada da Nicole Kidman, daquela boca arruinada e inexpressiva. Uma mulher cheia de plásticas até pode estar perfeitamente enquadrada no argumento e no meio dos super-ricos de Nova Iorque, mas pura e simplesmente não gosto, apesar de ser uma óptima actriz. Já Hugh Grant que nunca apreciei particularmente, gostei de ver. Donald Sutherland, saqueia literalmente todas as cenas em que participa, um actor extraordinário que espero ainda voltar a rever muitas vezes. Criado por David E. Kelley.
☆ ☆ ☆ ½

The Queen’s Gambit (2020)

Quem diria que o xadrez podia ser tão empolgante? Fiquei algo desiludido por ser inteiramente ficção, a certa altura desejamos que Beth Harmon tenha realmente existido. Criado por Scott Frank e Allan Scott.
☆ ☆ ☆ ☆

Gangs of London (primeira temporada, 2020)

Nas produções britânicas, fica sempre a sensação que a a realidade ultrapassa em muito a ficção, o que neste caso é inimaginável. Esta série tem cenas de violência inaudita, não é coisa que aconselhe alguém a ver. Criado por Gareth Evans e Matt Flannery.
☆ ☆ ☆ ☆

Virgin River (primeira temporada, 2019)

A clássica história do “expatriado” da grande cidade que por um motivo ou por outro, vai parar a uma pequena comunidade no meio do nada. Nunca gostei de flashbacks e esta série enferma deles, sendo os do Iraque particularmente sem sentido, servindo somente para os americanos alimentarem o mito do veterano vagamente traumatizado, que serviu o país naquilo que hoje se pode chamar “a guerra que nunca acaba” (desde o Vietname que assim é, para não dizer da Coreia, ou porque não, da Segunda Guerra Mundial). Criado por Sue Tenney.
☆ ☆ ☆

A Charlie Brown Christmas (1965)

Soube há pouco que o disco da banda sonora do Vince Guaraldi Trio é o segundo disco de Jazz mais vendido de sempre (sendo o primeiro o “A Kind of Blue” de Miles Davis). Criado por Charles M. Schulz, realizado por Bill Melendez.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Virgin River (segunda temporada, 2020)

É uma novela, mas vê-se bem e a paisagem é magnífica. Criado por Sue Tenney.
☆ ☆ ☆ ½

The Mandalorian (segunda temporada, 2020)

Dá para ver com os filhos e para Star Wars, não é mau. Mas depois de revelada a verdadeira natureza deste universo, não há como voltar atrás, nem o tempo, nem eu. Como história e narração é tudo bastante fraco. Criado por Jon Favreau.
☆ ☆ ☆

Godless (2017)

Li na What Hi-fi? para pensar em Deadwood quality… Na minha opinião, sendo Deadwood uma das três melhores séries de todos os tempos, era uma expectativa impossível de preencher. Esta série não tem nem de longe, nem de perto a qualidade de Deadwood e muito menos aquelas personagens visceralmente carismáticas. O casal lésbico para a quota lgbt (de hoje, não do velho Oeste) e os detestados flashbacks não ajudam muito. Mesmo assim, uma boa mini-série, parece um filme de sete ou oito horas. O realizador é Scott Frank, um dos criadores de The Queen’s Gambit.
☆ ☆ ☆ ☆

TV em Maio

Publicado em 31/05/2020

Shtisel, (segunda temporada, 2015)

Criado por Ori Elon e Yehonatan Indursky. Esta série é comovente de simplicidade. É uma pena um conflito qualquer ter impedido a terceira época.
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Watchmen, (primeira temporada, 2019)

Criado por Damon Lindelof. Meh.
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Homecoming, (primeira temporada, 2018)

Criado por Micah Bloomberg, Eli Horowitze e Sam Esmail. Tem alguns méritos, mas não chegam. Nem imagino o que terá levado a uma segunda época.
☆ ☆ ☆

Unorthodox (2020)

Criado por Anna Winger. Mais uma visão da vida dos judeus ortodoxos, desta vez de Nova Iorque. A actriz principal Shira Haas participa também na série Shtisel.
☆ ☆ ☆ ½

Big Little Lies, (segunda temporada, 2019)

Criado por David E. Kelley. Apesar de existir um enredo aparentemente principal, o melhor desta série é o intricado dos relacionamentos. Também tem a Meryl Streep num papel perturbador. E além do final, demasiado americano, é pena a Nicole Kidman, completamente estragada e sem expressões. Não entendo estas plásticas desastrosas, é como se não tivessem espelhos em casa.
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