Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

Artigos etiquetados “thomas vinterberg

Cinema em Fevereiro

Publicado em 28/02/2023

Les Choses qu’On Dit, les Choses qu’On Fait (2020) (21)

É bom quando duas pessoas que não se conhecem rapidamente atingem um nível de intimidade que os leva a “contar tudo” e tornarem-se amigas numa fracção de tempo. Em português “As Coisas Que Dizemos, As Coisas Que Fazemos”. Realizado por Emmanuel Mouret.
☆ ☆ ☆ ☆

Curiosa (2019) (22)

Realizado por Lou Jeunet.
☆ ☆ ☆

Triangle of Sadness (2022) (23)

Será certamente uma visão meritória da moda, da superficialidade, da igualdade, do feminismo, dos trabalhadores, dos super-ricos e tudo o mais, e deve ter uma série de simbolismos, a maior parte dos quais certamente me escaparam. Começou extremamente bem, com humor que prometeu muito mas foi descendo de forma explícita e decidida até se tornar numa farsa grotesca sem qualquer piada. Cheguei a considerar que não chegava a três, mas chegou, porque apesar de ser longo, o tempo passou sem nunca se tornar maçador. Em português “Triângulo da Tristeza”. Realizado por Ruben Östlund.
☆ ☆ ☆

The Passenger (1975) (24)

Em português “Profissão: Repórter”. Realizado por Michelangelo Antonioni.
☆ ☆ ☆ ½

La Maman et la Putain (1973) (25)

Em português “A Mãe e a Puta”. Realizado por Jean Eustache.
☆ ☆ ☆ ☆

Tromperie (2021) (26)

Baseado no livro Deception de Philip Roth (em português “Engano”), nunca me convenceu, não consegui ultrapassar o autor, tão judeu e tão americano, a falar francês. E francamente mal dei pelo livro. Roth não é muito feliz adaptado ao cinema, talvez seja inadaptável. Em português “Traições”. Realizado por Arnaud Desplechin.
☆ ☆ ☆

En Man Som Heter Ove (2021) (27)

Anda por aí um filme com o Tom Hanks que é a versão americana deste, que como em todas as versões americanas, as pessoas fazem na generalidade bem em evitar. Este vê-se bem. Em português “Um Homem Chamado Ove”. Realizado por Hannes Holm.
☆ ☆ ☆ ½

Bad Day at Black Rock (1955) (28)

Em português “A Conspiração do Silêncio”. Realizado por John Sturges.
☆ ☆ ☆ ☆

Tár (2022) (29)

Além do vislumbre do que é o mundo elitista da música clássica, tanto socialmente como musicalmente (o trabalho efectivamente realizado e o inegável génio) — que como praticamente todas as áreas do entretenimentos nos EUA é dominado pelos judeus e pelo dinheiro —, Todd Field consegue tocar em questões actuais sem fazer disso tema central ou cavalo de batalha, desde os “géneros” aos “cancelamentos”, mais as inevitáveis “redes sociais”, passando pelo casal das duas mamãs até ao #metoo. O seu cancelamento é ambíguo no sentido em que mistura motivos actuais, com comportamentos inaceitáveis, que o seriam certamente noutras épocas ou contextos, mas há um consenso generalizado da maestrina “monstruosa”, o que suponho faça a maior parte das pessoas sentirem uma certa satisfação pelo seu “cancelamento” (ou despedimento) e a passagem da Filarmónica de Berlim para uma orquestra numa convenção de jogos de vídeo na Tailândia, com um breve tirocínio na casa da mãe e do irmão — nos subúrbios.
Por vezes há um ambiente de mistério, desde os gritos no parque, aos ruídos nocturnos e um símbolo que parece uma espécie de labirinto que surge nos locais mais inverosímeis. Isto lança um ambiente de suspeição sobre a companheira, sobre a assistente (e eventualmente amante ou antiga amante) e até sobre a filha. A violoncelista Russa que para quem acabou de chegar, movimenta-se demasiado bem naquele mundo — não invalidando o facto de ser uma exímia executante —, parece uma versão da maestrina quando era nova, trabalhando para os seus próprios objectivos, sem grandes lealdades. O distúrbio nascisista na maestrina é tão agudo, que já com acusações de abuso sexual, videos na internet editados para parecerem o que não são e mil e um problemas que só poderiam acabar de uma forma, viaja para Nova Iorque na companhia da russa, não pensando por um segundo sequer nas consequências das suas acções. Por fim… A interpretação de Cate Blanchett é extraordinária, mesmo. Realizado por Todd Field.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Kollektivet (2016) (30)

Em português “A Comuna”. Realizado por Thomas Vinterberg.
☆ ☆ ☆ ☆

3 Coeurs (2014) (31)

Em português “3 Corações”. Realizado por Benoît Jacquot.
☆ ☆ ☆ ☆

Close (2022) (32)

Numa idade de profundas e por vezes intensas mudanças, muda-se por vezes profundamente e intensamente, por mil e um motivos, não só por sugestões e insinuações de homossexualidade, que agora está por todo o lado e parece não se saber mais ou não se ir a lado nenhum (de sucesso) sem essa “inclusão”. A única vez que chorei no cinema, foi no Bambi de Walt Disney e neste não chorei, passei só metade do tempo com os olhos cheios de lágrimas — porque não tem solução. Realizado por Lukas Dhont.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Two Lovers (2008) (33)

A diferença entre o que se tem e o que se quer, numa sucessão de cenas simples e música melancólica (até Amália Rodrigues se ouve). Em português “Duplo Amor”. Realizado por James Gray.
☆ ☆ ☆ ☆

Dronningen (2019) (34)

Um dia alguém me disse que no fim todos querem é salvar a pele. Em português “Rainha de Copas”. Realizado por May el-Toukhy.
☆ ☆ ☆ ☆

Good Luck to You, Leo Grande (2022) (35)

Não passou muito da banalidade, enquanto tentava ter ar de ser algo muito profundo. Uma mulher frustada sexualmente contrata um prostituto muito mais novo para de certa forma preencher esse vazio, mas o pior é que além da frustração sexual pouco mais se passou na sua vida e isso, não iria ser certamente o prostituto a resolver. O melhor é encarar por aquilo que é e nada mais, uma comédia, com muito pouca graça. Realizado por Sophie Hyde.
☆ ☆ ½

The Cooler (2003) (36)

Em português “Má Sorte”. Realizado por Wayne Kramer.
☆ ☆ ☆ ☆

Cinema em Maio

Publicado em 31/05/2021

Druk (2020) (31)

Mads Mikkelsen é um actor espectacular, com uma presença e carisma que não encontro noutro. É um filme espantoso. Em português “Mais Uma Rodada”. Realizado por Thomas Vinterberg.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆

The Last Picture Show (1971) (32)

Custa a crer como este filme já tem 50 anos, ver o Jeff Bridges super-novo e a Cybill Shepherd super-linda. É um contínuo nó no estômago, entre as mudanças inevitáveis do terminar o secundário numa cidadezinha moribunda do Texas, o que vem de novo e a certeza de que o tempo não volta para trás e nada será como dantes — ao mesmo tempo que há a sensação de que o que é mau se perpetua. A sensação de que não se pode ter tudo e uma conquista equivale sempre a uma perda de pelo menos igual grandeza. Realizado por Peter Bogdanovich.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆

Midnight Run (1988) (33)

Um dia depois de ter visto, faleceu Charles Grodin com 86 anos. Realizado por Martin Brest.
☆ ☆ ☆ ☆

Klute (1971) (34)

É o primeiro filme da chamada trilogia da paranoia de Alan J. Pakula. Realizado por Alan J. Pakula.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

The Parallax View (1974) (35)

Segundo filme da trilogia da paranoia de Alan J. Pakula. O terceiro é “All the President Men”, que verei noutra época. Realizado por Alan J. Pakula.
☆ ☆ ☆ ½

Zoe (2018) (36)

Este filme tem um tom algo melancólico devido principalmente à interpretação de Léa Seydoux e à música (Cigarettes After Sex et al.), sendo mais uma tentativa de Drake Doremus ilustrar o relacionamento humano (ou, mais concretamente, a falta dele), nem que seja através de pessoas sintéticas. De uma forma ou de outra, anda tudo atrás do mesmo e todos falham miseravelmente. Nem com a nova droga do mercado que permite as sensações do “primeiro amor” — uma espécie de metáfora para a promiscuidade das apps actuais —, preenchem o vazio que se avoluma. Realizado por Drake Doremus.
☆ ☆ ☆ ½

First Cow (2019) (37)

Ainda há pouco tempo falei de Wendy and Lucy, a propósito de Nomadland e agora, vejo First Cow que também é de Kelly Reichardt — está tudo ligado.
Gostei imenso deste filme que começou passados quase dois séculos, com aquilo que terá sido o desfecho inevitável para Cookie e King-Lu. Seria um filme para cinco estrelas, mas embora entenda a subtileza de mostrar no que se tornou a América através de como tudo começou, a época em causa acaba por não me tocar. Mas sim John Magaro como Otis “Cookie” Figowitz, que escolha formidável para o papel. Realizado por Kelly Reichardt.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Mektoub, My Love: Canto Uno (2017) (38)

Conversa incessante, extremamente bem escrita e inacreditavelmente realista, apenas interrompida pela sequência do nascimento de duas ovelhas. Se calhar atribuí meia estrela a mais por uma espécie de nostalgia, mas gostei imenso na verdade, as três horas passaram com uma facilidade impressionante. Há quem veja e apresente La Vie d’Adèle como uma obra a favor de certas causas e será de uma perspectiva válida, outra também válida, é que já me parece há muito tempo que se trata de um espectáculo essencialmente para homens. Aqui, confirmei que Kechiche filma as mulheres de um ângulo, literalmente de vários ângulos, muito masculinos. Não tenho nada a dizer, para mim é bom. Em português Mektoub, Meu Amor: Canto Um. Fiquei com vontade de ver a segunda parte logo a seguir (aparentemente vai ser uma trilogia), Mektoub, My Love: Intermezzo. Realizado por Abdellatif Kechiche.
☆ ☆ ☆ ☆ ☆

Cinema em Setembro

Publicado em 30/09/2020

Dogman (2018) (48)

Realizado por Matteo Garrone.
☆ ☆ ☆ ½

The Goldfinch (2019) (49)

Realizado por John Crowley.
☆ ☆ ☆ ½

Amarcord (1973) (50)

Realizado por Federico Fellini.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Greyhound (2020) (51)

O primeiro filme que vi na Apple TV+… que fraco. Leva duas estrelas por caridade. Assim a Apple como produtora de originais não faz qualquer falta. Realizado por Aaron Schneider.
☆ ☆

Maya (2018) (52)

Não tem um filme mau a Mia Hansen-Løve.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Beoning (2018) (53)

Os coreanos também conseguem não ter um filme mau… pelo menos dos que chegam até mim. Em português “Em Chamas”. Realizado por Chang-dong Lee.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Taxi (2015) (54)

Fico sempre admirado com a qualidade do cinema iraniano e como com uma escassez de meios tão grande se fazem filmes tão bons. Basta talento, uma boa ideia e principalmente ter que dizer. Realizado por Jafar Panahi.
☆ ☆ ☆ ☆

The Social Dilemma (2020) (55)

Documentário sobre a vida sempre em linha. A amoralidade dos algoritmos que moldam agora a vida de milhões de pessoas e mais uma vez, a vigilância permanente — hoje é para vender coisas, amanhã está bom de ver para o que será. Estou ciente de praticamente tudo que aqui se diz há muito tempo. Fiquei satisfeito com o interesse dos filhos, mas tenho reparado que para a juventude, a etiqueta Netflix está para os documentário, como as embalagens McDonalds estão para as cenouras. Realizado por Jeff Orlowski.
☆ ☆ ☆ ☆

Gimme Danger (2016) (56)

Revi este documentário sobre os Stooges sem saber, porque só mesmo quase no fim me lembrei que já o tinha visto. “Muito obrigado à pessoa que me atirou esta garrafa de vidro à cabeça. Quase me mataste mas voltaste a falhar, volta a tentar para a semana.” Realizado por Jim Jarmusch.
☆ ☆ ☆ ☆

Yek khanévadéh-e mohtaram (2012) (57)

Em português “Uma Família Respeitável”. Realizado por Massoud Bakhshi.
☆ ☆ ☆ ☆

Asphalte (2015) (58)

Que filme fraco e sem qualquer piada (para comédia, é bizarro), leva duas estrelas por caridade. Em português “Histórias de Bairro”. Realizado por Samuel Benchetrit.
☆ ☆

Jagten (2012) (59)

Um filme extremamente duro. Em Português “A Caça”. Realizado por Thomas Vinterberg.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Da-reun na-ra-e-seo (2012) (60)

Elogiei o cinema coreano e não demorou a aparecer este, que não é nada de especial… Mas é com Isabelle Huppert, nunca se sabe o que sai dos filmes dela, o melhor e o pior, certamente. Em Português “Noutro País”. Realizado por Sang-soo Hong.
☆ ☆ ☆

Geu-hu (2017) (61)

Em português “O Dia Seguinte”. Realizado por Sang-soo Hong.
☆ ☆ ☆ ☆