
Depois do salto (clicar na imagem).
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Criado por Larry David.
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Depois de aparições pontuais, desta vez todo o elenco de Seinfeld participa para a criação de um episódio especial de “reunião” e o que se pode ver é a qualidade estratosférica que de facto foi a série Seinfeld. Mesmo ficcionado, embora nunca demasiado absurdo, ver os bastidores e o trabalho de Jerry Seinfeld e Larry David juntos, tornou esta a melhor temporada. Os primeiros episódios com um Larry ainda mais obnóxio não deixam chegar ao cinco. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Criado por Larry David.
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Tem aquele que foi para mim, talvez, o melhor episódio de todos: “The Accidental Text on Purpose”. Larry David não sendo exactamente uma jóia de pessoa, nunca falha a atrair gente bem pior do que ele, designadamente os amigos — a semelhança com Seinfeld não é uma coincidência. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Se mais não bastasse, Larry David mantém um nível inacreditavelmente elevado durante 10 anos de situações… huh… inacreditáveis. O roommate Leon Black, apesar de ser um personagem, tem uma duração demasiado excessiva e devia ter saído quando o resto da família saiu (sétima temporada) ou pouco depois. Numa nota um pouco fora do contexto, ainda não consegui ver Jon Hamm fora do seu papel de Donald Draper de Mad Men, aqui não foi excepção, apesar de Larry David (que na verdade rouba todas as cenas em que participa). Tudo somado, até acho que tem melhorado com o tempo, mas nem tudo — 17 anos depois Larry Davis, Richard Lewis, Ted Danson, todos com mais de 80 anos (Richard Lewis está particularmente afectado pela idade)… Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
E como me manifestei, esta última temporada (até à data) decaiu bastante, principalmente os primeiros episódios, mesmo muito fracos. Depois melhora e volta a ter situações difíceis de acreditar. O novo Funkhouser (já vinha de trás), supostamente irmão de Marty Funkhouser (Bob Einstein, entretanto falecido), está muito longe de o conseguir substituir e muito mais já não atinge o nível anterior. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ½
A Netflix está como a Disney e a AppleTV+, do outro lado do Atlântico a esmagadora maioria é um lixo inenarrável, o que chega de qualidade tem de ser descoberto e escolhido a dedo. A Netflix já admitiu que o objectivo não é qualidade, mas sim minutos acumulados passados em frente ao canal — o negócio desta gente é fazer o mundo inteiro perder tempo. Criado por Steven Knight.
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Nesta temporada é introduzido um factor thriller, com uma série de gente a conspirar contra os quatro psicopatas narcisistas. É tudo tão excessivamente decadente que é bem capaz de ter um fundo de verdade, mas não cheguei a gostar realmente. Realizado por Øystein Karlsen.
☆ ☆ ☆ ½
Ora aqui está uma utilização meritória dos flashbacks. Grande papel de Amy Adams. Criado por Marti Noxon.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Esta série é fraca e o nome deve soar bem, porque em abono da verdade nem se entende, dois são um casal e três são os pais com uma filha… Como se não bastasse, a cara da Nicole Kidman está cada vez pior, começa a ser impossível olhar e desfrutar daquela espantosa inexpressividade, parece a versão feminina do Joker dos últimos filmes do Batman. Criado por John-Henry Butterworth e David E. Kelley.
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Há décadas que não ligo patavina à Fórmula 1, mas o interesse e entusiasmo do filho acabou por me fazer ver esta série, porque me lembrei de mim da idade dele. É em formato documentário a descair para o reality show, com aquelas sucessões de planos irritantes muitas vezes sem relação entre si próprios — por exemplo, num acidente mostra inúmeras reacções muitas das quais sem serem daquele momento específico. Mas é inegável que a Netflix teve acesso aos bastidores de uma forma admirável e também a filmar de ângulos impossíveis tudo o que se passa nos grandes prémios. Acaba por não ser mau.
☆ ☆ ☆ ½
☆ ☆ ☆ ½
Consta que o Max Verstappen não participou nesta temporada porque considera que cria excesso de drama… Pois é isso, para dizer o mínimo. Por exemplo o acidente de Romain Grosjean dura uns 28 segundos, mas na série são sete minutos ou mais e como se não bastasse temos a mulher dele a dizer que para ela e para os filhos ele esteve morto quase três minutos… o que nem sequer é verdade para quem visse a transmissão em directo. E ele dramaticamente a declarar a saída da Fórmula 1 “por eles”, quando transitou imediatamente para a Fórmula Indy, eventualmente mais perigosa.
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Uma prova que as coisas têm melhorado muito para a humanidade, embora em bom rigor, nem tanto para as outras criaturas — mas em 1859? Mais vale viver em 2022. Thriller a bordo de um baleeiro que a tecnologia cinematográfica actual consegue tornar extremamente credível. Colin Farrel completamente irreconhecível. A música é de Tim Hecker e há um disco da banda sonora que vale a pena — música electrónica ambiental. Realizado por Andrew Haigh.
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Mais um retrato da vida pós-moderna e nesse aspecto até nem é muito escabrosa em apps, promiscuidade e belezas dessa vida — até se centra na amizade que é um assunto que me é grato. Mas o principal problema é que o francês médio tem um fraco sentido de humor e o humor médio francês é muito fraco. Junta-se um leque de actores mesmo maus. Criado por Chris Lang e Noémie Saglio.
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Não sei como vi a segunda temporada (apenas seis pequenos episódios é certo), francamente passou de uma para a outra sem eu reparar e a conclusão é que ainda é pior que a primeira. Não tem qualquer piada, os actores continuam maus e a atriz principal é péssima. Criado por Chris Lang e Noémie Saglio.
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Em Cahors, França, Antonio Virga Architecte. Via ArchDaily.
John le Carré, que faz uma breve aparição no quarto episódio, queria que Stanley Kubrick adaptasse o seu livro homónimo para o cinema. De uma carta de Kubrick para Carré em 1992 (Twitter):
Unhappily, the problem is still pretty much as I fumbled and bumbled it out to you on the phone yesterday. Essentially: how do you tell a story it took the author 165,000 (my guess) good and necessary words to tell, with 12,000 words (about the number of words you get to say in a two hour movie, based on 150wpm speaking rate, less 30% silence and action) without flattening everybody into gingerbread men?
Esta série criada por David Farr, faz justiça ao livro em cerca de seis horas.
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Talvez influenciado pelo livro “Defesa de John Brown” de Henry David Thoreau, resolvi ver esta série à espera de algo vagamente histórico. Mas não, é tudo uma farsa em tom de farsa. Criado por Ethan Hawke.
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Criado por Alec Berg e Bill Hader.
☆ ☆ ☆ ☆ ½
Passada a surpresa inicial, é uma sucessão de episódios cada vez mais idiotas. Criado por Alec Berg e Bill Hader.
☆ ☆ ☆ ½
Uma mulher morre e regressa ao ponto de partida (onde já terei visto isso?) — uma casa de banho sobre a qual a dona da casa pergunta se é “suficientemente vaginal” e seja lá o que isso for, é uma amostra das aprofundadas conversas a que se assiste no meio artsy fartsy feminista onde decorre a coisa. Não morre apenas uma vez e regressa, a série é toda assim, infelizmente a criatura faz parte daquele mundo que realmente podia morrer e regressar 1.600.000 vezes que não aprenderia nada. E eu também não aprendi. Criado por Leslye Headland, Natasha Lyonne e Amy Poehler.
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Dizia Einstein que o passado, presente e futuro não passam de uma ilusão persistente. Esta série faz uso desse conceito de forma brilhante, avançando e recuando décadas sem nunca perder o ritmo. Criado por Nic Pizzolatto.
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