Hoje em dia já ninguém lá vai, aquilo está cheio de gente

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TV em Novembro

Publicado em 30/11/2023

Curb Your Enthusiasm (sexta temporada, 2007)


Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆

Curb Your Enthusiasm (sétima temporada, 2009)


Depois de aparições pontuais, desta vez todo o elenco de Seinfeld participa para a criação de um episódio especial de “reunião” e o que se pode ver é a qualidade estratosférica que de facto foi a série Seinfeld. Mesmo ficcionado, embora nunca demasiado absurdo, ver os bastidores e o trabalho de Jerry Seinfeld e Larry David juntos, tornou esta a melhor temporada. Os primeiros episódios com um Larry ainda mais obnóxio não deixam chegar ao cinco. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Curb Your Enthusiasm (oitava temporada, 2011)


Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆

Curb Your Enthusiasm (nona temporada, 2017)


Tem aquele que foi para mim, talvez, o melhor episódio de todos: “The Accidental Text on Purpose”. Larry David não sendo exactamente uma jóia de pessoa, nunca falha a atrair gente bem pior do que ele, designadamente os amigos — a semelhança com Seinfeld não é uma coincidência. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Curb Your Enthusiasm (décima temporada, 2020)


Se mais não bastasse, Larry David mantém um nível inacreditavelmente elevado durante 10 anos de situações… huh… inacreditáveis. O roommate Leon Black, apesar de ser um personagem, tem uma duração demasiado excessiva e devia ter saído quando o resto da família saiu (sétima temporada) ou pouco depois. Numa nota um pouco fora do contexto, ainda não consegui ver Jon Hamm fora do seu papel de Donald Draper de Mad Men, aqui não foi excepção, apesar de Larry David (que na verdade rouba todas as cenas em que participa). Tudo somado, até acho que tem melhorado com o tempo, mas nem tudo — 17 anos depois Larry Davis, Richard Lewis, Ted Danson, todos com mais de 80 anos (Richard Lewis está particularmente afectado pela idade)… Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

Curb Your Enthusiasm (décima primeira temporada, 2021)


E como me manifestei, esta última temporada (até à data) decaiu bastante, principalmente os primeiros episódios, mesmo muito fracos. Depois melhora e volta a ter situações difíceis de acreditar. O novo Funkhouser (já vinha de trás), supostamente irmão de Marty Funkhouser (Bob Einstein, entretanto falecido), está muito longe de o conseguir substituir e muito mais já não atinge o nível anterior. Criado por Larry David.
☆ ☆ ☆ ½

All the Light We Cannot See (2023)


A Netflix está como a Disney e a AppleTV+, do outro lado do Atlântico a esmagadora maioria é um lixo inenarrável, o que chega de qualidade tem de ser descoberto e escolhido a dedo. A Netflix já admitiu que o objectivo não é qualidade, mas sim minutos acumulados passados em frente ao canal — o negócio desta gente é fazer o mundo inteiro perder tempo. Criado por Steven Knight.

Exit (terceira temporada, 2023)

Nesta temporada é introduzido um factor thriller, com uma série de gente a conspirar contra os quatro psicopatas narcisistas. É tudo tão excessivamente decadente que é bem capaz de ter um fundo de verdade, mas não cheguei a gostar realmente. Realizado por Øystein Karlsen.
☆ ☆ ☆ ½

Sharp Objects (2018)

Ora aqui está uma utilização meritória dos flashbacks. Grande papel de Amy Adams. Criado por Marti Noxon.
☆ ☆ ☆ ☆ ½

2021 –> 2022

Publicado em 31/12/2021

Este ano vi uma quantidade razoável de filmes, mas mais uma vez preferia ver menos, retirando os maus. São menos de dois por semana, não é nenhum exagero, de qualquer forma se para o ano vir a mesma quantidade, ficarei contente. O que gostei mais foi “A Ilha de Bergmann”, por vários motivos — a companhia, as circunstâncias e o momento contam muito. E gosto da Mia Hansen-Løve.
Televisão a mesma coisa, mas acho que cada vez mais é mais fácil ficar satisfeito com uma boa série do que com um bom filme. Uma série aprofunda as personagens de uma forma que o cinema raramente ou nunca consegue e quando gostamos mesmo, em vez de duas horas temos dezenas e dezenas. Tem a outra face dessa moeda — as tais dezenas e dezenas de horas.
Li imenso, se conseguir manter o ritmo já me dou por feliz. Gostei muito de “The Last Picture Show” (também do filme) e tenho vários também de Larry McMurtry para ler. Mas gostei de muitos outros, acho que não li nenhum livro que não tivesse valido a pena a não ser ironicamente um de Philip Roth, um dos meus autores preferidos, o “Operação Shylock”.
Uma coisa que quero mesmo em 2022 é comprar menos discos (vinil). Se calhar comprei 300 (ou mais) este ano, não faz sentido porque não sou coleccionador e não passo os dias a ouvir música. Praticamente podia ter ouvido um disco novo por dia e o que acontece é que tenho muitos por ouvir e muitos outros que foram ouvidos uma vez ou pouco mais — não gosto de ouvir só os novos. Numa nota positiva, praticamente todos são grandes discos. É verdade que é na música que mais sinto a benção e a maldição da época em que vivemos, com acesso ao que de melhor se fez nos últimos muitos anos, com uma qualidade espantosa. Tem sido editada e re-editada uma quantidade inacreditável de música.

Fujiya & Miyagi

A tocar Fujiya & Miyagi, Artificial Sweeteners.

De resto, estou bem assim. Nunca estive “confinado” — só a palavra já me enerva —, mas não sinto qualquer falta de sair de casa para vida social ou cultural, sempre os mesmos e invariavelmente sem qualquer interesse. Se há coisa que este Sars-Cov-2 confirmou, foi isso — a completa falta de interesse de muito o que se tem por indispensável. Meia-dúzia de idas ao cinema chega-me bem para dois anos inteiros. Gosto de estar em casa, tenho planos e em que pensar, é em casa que me sinto bem.